segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Cavalo-marinho (Chão nosso de cada dia)

Eu e ela sempre rimos a toa e por horas! Tudo começa com um sorriso dela, após uma palhaçada minha. Ao ver seus belos dentes, contrastando com seus lábios vermelho-maça-do-amor, em sua boca escancarada de euforia, quase que de forma involuntária, a minha também se abre. A alegria contagia! Afinal, o sorriso acalma, é a arma que desarma a alma. Coloco as mãos em minha barriga, a esquerda vem primeiro, a direita por cima, rapidamente. Deixo o ar fluir em meus pulmões, como uma montanha-russa cortando o vento! Inclino-me para trás, olho para cima e depois fecho os olhos, apertando as pálpebras. Quando volto, dou de cara com ela que, jogada no sofá, em posição fetal, gira de cá pra lá, abraçada com uma das almofadas que, nessa hora faz o papel de ursinho de pelúcia, ganho no tiro ao alvo. Ela acaba chorando com tantas gargalhadas! A gente pára por um instante, meu maxilar está dolorido e ela diz que sua barriga também dói: “Aquela dorzinha aguda, sabe”? Depois que falo um sonoro “aí... aí... morena”, tentamos retornar ao papo, mas, não lembramos onde havíamos parado. Olho em seus olhos, seu ar é de graça! Ela relaxa os ombros e rimos novamente. De novo estamos ali, a gente, naquela atmosfera toda, repleta de harmonia e felicidade, cíclica como uma roda gigante e tão doce como algodão-doce. Eu lírico, ela leve! A gente sabe quando começa e nunca sabemos como parar, pois, não queremos que pare. O riso é nosso alicerce, tão importante quanto nosso amor e as macarronadas de domingo. Tudo começa com um sorriso dela, após uma palhaçada minha.