Eu e ela sempre rimos a toa e por horas! Tudo começa com um
sorriso dela, após uma palhaçada minha. Ao ver seus belos dentes, contrastando
com seus lábios vermelho-maça-do-amor, em sua boca escancarada de euforia, quase
que de forma involuntária, a minha também se abre. A alegria contagia! Afinal, o sorriso acalma, é a arma que desarma a alma. Coloco
as mãos em minha barriga, a esquerda vem primeiro, a direita por cima, rapidamente.
Deixo o ar fluir em meus pulmões, como uma montanha-russa cortando o vento! Inclino-me
para trás, olho para cima e depois fecho os olhos, apertando as pálpebras. Quando
volto, dou de cara com ela que, jogada no sofá, em posição fetal, gira de cá
pra lá, abraçada com uma das almofadas que, nessa hora faz o papel de ursinho de
pelúcia, ganho no tiro ao alvo. Ela acaba chorando com tantas gargalhadas! A
gente pára por um instante, meu maxilar está dolorido e ela diz que sua barriga
também dói: “Aquela dorzinha
aguda, sabe”? Depois que falo um sonoro “aí...
aí... morena”, tentamos retornar ao papo, mas, não lembramos onde havíamos parado.
Olho em seus olhos, seu ar é de graça! Ela relaxa os ombros e rimos novamente. De
novo estamos ali, a gente, naquela atmosfera toda, repleta de harmonia e
felicidade, cíclica como uma roda gigante e tão doce como algodão-doce. Eu lírico, ela leve! A gente
sabe quando começa e nunca sabemos como parar, pois, não queremos que pare. O
riso é nosso alicerce, tão importante quanto nosso amor e as macarronadas de
domingo. Tudo começa com um sorriso dela, após uma palhaçada minha.
Eterno... Retorno!
Há 2 dias