quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Tudo.

Procuro nos clichês, algo diferente pra impressionar-te.

Vejo algo novo, lembro que estou vendo de novo.

Tudo já foi escrito.

Tento reescrever só pra envolver-te.

Mas, toda forma, manifestação, palavra, prosa, rima, canção, poesia e adaptação, já foi dito.

De uma forma diferente, com outros pontos, vírgulas e enfeites.

Tudo já foi escrito.

Do arcaico ao contemporâneo, com pronomes e outros adjetivos.

Isso é clichê, mas, soa bonito. O que eu tenho haver, se isso já foi dito?

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Filosofia de botequim - Parte I – A semelhança do diferente.

Andar a pé. Rir quando está sozinho. Tropeçar e fingir que nada aconteceu. Ter a horrível sensação de estar esquecendo algo – mesmo não esquecendo nada – ou, até mesmo, lembrar o que esqueceu no meio do caminho.

Pensar alto. Achar que aquelas pessoas do outro lado da rua estão rindo de você. Gritar “passa!” para um cão raivoso. Não levar o guarda-chuva. Esquecer as chaves e chamar alguém pra abrir o portão. Pular o muro.

Não conseguir segurar o riso em momentos errados. Inventar uma história como desculpa pelo atraso. Chegar na hora marcada e ficar puto com quem te deixou esperando. Reparar no jeito de andar das pessoas, nas roupas, nos cabelos. Sempre ter que desviar para não esbarrar em alguém na multidão. Sem esquecer-se da velha sensação: “Nossa, eu deveria ter falado isso”. Ou até mesmo: “Porque eu não pensei isso na hora?”.

No carro, colocar o cinto só depois de partir ou nem por. Parar no farol e olhar os olhos e o nariz no retrovisor. Cantar alto e ficar com vergonha ao ver que a pessoa do carro ao lado reparou em você. Trancar o carro com a chave dentro. Sem combustível, ver o ponteiro da gasolina colado e rezar pra chegar ao destino, antes disso, passar por vários postos de gasolinas fechados. Lavar o carro e depois de terminar, reparar que ficou sujo em algum lugar, ou então, deixar o carro impecável para sair à noite e se deparar com um temporal.

Se você é desses que briga com alguém por algum erro e depois de um tempo se pega fazendo a mesma coisa, faz promessa e não cumpre ou é daqueles que se considera uma pessoa difícil de entender, uma pessoa inconstante. Avalia-se como, diferente do resto do mundo. Parabéns! Você é igual a todos nós.

Fotografar.

Fotografar não é viver, como um mero espectador acovardado, uma realidade que está diante de nós, fora de mim que estou do lado de cá, num ângulo de visão que me torna um individuo ausente à realidade.

Fotografar é opinar, como pessoa, como indivíduo integrado no mundo em torno de mim. Fotografar é sangrar a consciência do mundo para ele mesmo.

Deste modo, fotografar, é igual a toda arte, é pura sensualidade, é excitante. Ligando-nos entre os acontecimentos e os seres, fazendo-nos maiores, buscando as nossas verdades esquecidas e, acima de tudo, registrando o que os olhos do mundo não vêem e/ou não querem enxergar.

Chega de bórógódó.

A lei do mundo é uma só. Tanto pobre quanto rico acaba virando pó.

Tanta gente nesse mundo que dá pena. Não tem dó.

Vive no corre-corre, procurando qüiproquó.

Mas, em verdade eu voz digo, está escrito em Jacó.

Homem que ama a vida, não só pensa em rapariga, não quer saber de intriga. Pois, assim ficará só.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Sem sinestesia para eu sentir seus olhos quentes.

Precisava de um verbo transitivo um pouco mais direto, quando você ligou a ação daquele tal sujeito, todo pomposo e composto, com meu coração.

Não me venha com complementos verbais. Pois, não sou subordinado a essa condição.
Tento reger minha vida sem você, não preciso de concordância de ninguém.

Não sou facultativo, só tenho adjetivo oriundo pra empregar em você.

Desculpe minha ortografia, é que não tenho leitura, não sei o que é ditongo depois desse tombo. Não sou herói pra ninguém.

Não trema ao ler, agüente. Não se sinta negativa.

Contudo, afirmo que meu particípio causou-lhe algo, nada figurado. Mesmo estando ligada a esse tal sujeito, que não é nada simples.