Introdução
Certo dia, entrei no quarto de Mariana e encontrei um diário em cima de sua cama. Algumas folhas rasgadas e outras ilegíveis. Antes que ela me visse, retirei algumas páginas, com um pouco de seus segredos anotados ali e pulei a janela.
Mariana é uma menina mimada e gosta que tudo seja feito a tua vontade. Única filha de um casal em crise. Vive no mundo da lua e não presta atenção nas coisas ao seu redor. Fria. Gosta de falar, mas não gosta de ouvir. Aconselha a todos, porém nunca segue os conselhos de ninguém.
Confesso, eu tinha uma idéia formada sobre ela, entretanto tudo caiu por terra quando li essas páginas que roubei de seu diário.
Ela sente medo, como toda menina de vinte e poucos anos, mas seus medos vão além. Cria um universo de lamentações em seus pensamentos. Sente por acreditar que as pessoas que marcaram sua a vida, não a levarão em suas memórias. “Sentir medo é normal, mariana”. Esta frase está reescrita inúmeras vezes nas páginas de seu diário. Uma espécie de conselho pra si mesma.
Um trecho que me deixou perplexo, porém me tirou boas risadas, foi este que transcrevo a seguir:
“Gustavo já estava me esperando. Entrei sem bater. Era rotina! Falou que queria me comer bem ali e gravar tudo para assistirmos depois. Adorei a idéia! (...).
(...) Agora toda vez que nos vemos, nos comemos loucamente e, após assistimos nosso vídeo pornô-sensual, repetimos a dose”.
Mariana é uma menina estranha, tem poucos amigos e gosta de viver a mira dos olhares dos curiosos. Gostaria de ler seu diário por completo e saber mais sobre a sua vida.
As páginas que tenho, penso em fazer um filme, porém com outros nomes, com outras situações. Não sei. O que sei, é que esta história não acabará por aqui. Tenho algumas páginas do diário dela e, de alguma forma, compartilharei seus delírios com quem se interessar. Como eu me interessei.