sábado, 31 de janeiro de 2009

Entreato.

Cuspo salivas em versos soltos. Outros, ficaram perdidos na memória. Esqueci de anotá-los, foi-se embora, até nunca mais, eu os perdi. Do mais, é isso. Por isso que cuspo frases em avesso e confesso em reverso. Termos e palavras que, uma a uma, se contrapõem e compõem outros versos. Os temo, porém, são os únicos que tenho. Ficou em carne viva. Uma dor em cada escarrada que, alivia-me o peito, mas, não adiantara de nada. Viva a carne. A navalha passa, fria e direta. Observo sem graça, ouço passos e ultrapasso cada regra da vida frágil e etecetera.
“Se a intenção era partir sem levantar suspeitas, pronto, a intenção acabara por aqui”.
Essas foram às palavras que murmurei ao esbarrar em algo, que estava ali para ser quebrado. Algo frágil como uma vida. Não vi mais nada, de repente tudo escureceu. O desequilíbrio é inevitável quando se anda nas pontas dos pés e, também, quando se caminha sem saber quem tu és, sem um apogeu. Entre fatos, atos e boatos, vivo no que acredito. Cuspo o que tem que ser cuspido. Engulo o que me agrada. Em cada trago, eu trago a tona à verdade que não soma com tua mentira. Regurgito na tua cara o que é incabível, no meu estômago e na minha frágil vida. Estava escuro, mas, eu sabia. Riquezas? Não. Tenho caráter, serve? Fecharam-se as cortinas. O fim fora breve.

8 comentários:

Anônimo disse...

sensacional.

Bruno disse...

Poesia em prosa. Adoro isso!
O modo de contar a história é sensacional, mil imagens, palavras afiadas..

Greta disse...

Muito bom escritor você.
Levo a cena para minha vida e interpreto segundo meu momento.
O que vc escreve cabe dentro de cada um...
Bjus!

Flávio Antunes Soares disse...

Ótimo texto, cara!

Minduim. disse...

muito bom.

Unknown disse...

Fico pensando de onde vem tanta inspiração? Palavras que se encaixam
numa perfeição, e você deixa ao critério do leitor interpretar o lado A ou lado B da história, pois o fim fora breve.

ManinhaChica disse...

Palavras afiadas! É isso! DOM! Adoro!

beijos

vicente cortello disse...

adoro essa métrica de seus textos, sempre me surpreendendo.