terça-feira, 18 de setembro de 2007

A saideira.

Ao fundo, ouvíamos os improvisos virtuosos do piano de Bill Evans, misturado aos murmurinhos dos intelectualóides que freqüentam o bar. Eu, com vários uísques virados, esperava a conta juntamente com meu irmão, Otavio:

- Meu querido! – Gritou meu irmão – pode, por obséquio, agilizar esta conta?

- Só cinco minutinhos, senhor! – Respondera o garçom.

Otavio olhou as horas em seu relógio, a fim de marcar os minutos pedidos pelo garçom.

Continuávamos nosso papo sobre minha separação, falava ao meu irmão que Gabriela quisera o divórcio. Ele me aconselhou a providenciar rapidamente este processo. Porém, apesar de ser meu irmão, tenho que levar em consideração sua situação nada estável com Ruth, refletir muito bem sobre os seus conselhos.

Pronto. Terminei meu ultimo drinque e Otavio também, só faltava acertarmos a conta para irmos embora.

Meu irmão se levantou e chamou o garçom novamente, que lhe acenou pedindo para esperar um pouco mais. Otavio apanhou seu chapéu e seu paletó e começou a caminhar em direção da saída. Eu, sem entender o gesto do meu irmão, deixei o dinheiro na mesa e fui atrás dele:

- Você está maluco, Otavio?

- Por quê? – Respondera ele.

- Como assim? O Garçom pede pra você esperar e você vai embora sem pagar?

- Dei os minutos que ele me pediu. Não me neguei em pagar, ele que não fez questão de receber. Vai, vamos embora. Já estou bêbado, era este meu objetivo. Vamos!

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