Tira a gravata.
Feche a gaveta.
Corra para a cama.
Ela lhe espera.
Feche os olhos.
Beija-a na boca.
Tira-lhe o sono.
Chama-lhe de dono.
...
Toca o telefone.
A bolsa se rompeu.
Feche a gaveta.
Afrouxe a gravata.
Ela concebeu.
...
Os primeiros passos.
As primeiras palavras.
Só repetirá o que lhe for falado.
Este é o ser humano.
Se não for assim, ficará calado.
...
Vocês envelheceram.
Eles te esqueceram.
Agora são três.
Vestem-se diferentes.
Cantam em inglês.
Sua esposa lhe espera na cama.
Ela dorme logo.
Você desencana.
...
A vida se aproxima do fim.
Encostaram a gaveta.
Apertaram a gravata.
Vejo-lhe de olhos fechados.
Flores e choros por todos os lados.
...
Você se tornou uma lembrança.
Lágrimas que escorrem pelas gravatas.
Fotografias no fundo de uma velha gaveta.
5 comentários:
arrebentou no na relação gaveta = vida, cara!
Arrebentou mesmo! Vou ver com a Erika se rola de colocar esse seu post lá no Contra o Cais!
*vai ver Duuuuu ???...já rolou...demorou pra colocar lá...
*estou de boca aberta aqui...demais demais demais...vc já sabe q sou sua fã né...
Esses versos tem forte apelo melódico. Li e parecia cantar na sua casinha.
Lindo mesmo!
e a vida corre, e a poesia dá sintonia, e a vida corre, e a poesia alegra.
beijo.sorte.musica.
sempre!!
beijo, querido
CARAAAALHO BROTHER.
HUMILHOU.
muito bom.
em meu atual estado não deveria ler coisas assim... mas o texto ficou bom. =)
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