sábado, 5 de janeiro de 2008

Disritmia.

Passo firme. Voz rouca. Fico tonto. Mexo os dedos. Tic-tac do relógio me hipnotiza. Os minutos me controlam. Estado de choque. Não há flores no jardim. Vento forte. A riqueza dos detalhes estão em segundo plano. A vela se apaga. Nado contra a maré. Nada de sair do lugar. Uma voz me chama. Um sopro me guia.

Lembranças de um passado recente. Quarto escuro. Cheiro azedo. Silhueta de alguém. Uma luz no vão da porta. Orações são em vão. O grito preso na garganta se liberta. Agonia.
Volto no tempo com a quebra da linearidade. Disritmia. Ouço uma canção. Fala-se de esperança.

Trago no peito a herança da solidão. Trago na alma o lamento e a dor. O desespero e os ranços da mente me deixam abaixo da linha da consciência. A tinta seca. A caneta falha. A revolta cresce. A força padece. Nada não valha.

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