terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Coisas do verão.

Pode deixar tudo como está, não precise arrumar nada. Somente estique o lençol e feche as janelas.

Saia sem fazer barulho. Desligue tudo.

Confira se as luzes do corredor estão apagadas. Tranque as portas.

Veja como o dia está lindo. Hoje não irá chover. Talvez, uma leve chuva de fim-de-tarde.

Lembrei-me daquela viagem, das brincadeiras e de todas aquelas pessoas que eu nunca mais verei. Outrora era diferente, era excitante.

A pele ardia. Este ardor provém do sol e do prazer de ficar exposto a ele.

Nossa! Como eu era bem quisto e bastante requisitado.

Parece que a gente vive apenas as coisas que passarão, só pra termos a dor de saber que não voltarão mais.

As lembranças doem.

Tempestade vista da janela. Vontade de correr lá fora.

Suas roupas não parecem às mesmas quando estão no corpo de outra pessoa. Nem os seus sapatos. Nada parece igual.

Hoje, um tanto mais casto, vejo-me distante de tudo e sinto que às vezes o sol não queima mais.

Olhando para a varanda, dentro dessa saleta, acredito que o tempo me mostrou a vida, me apresentou a graça e a desgraça de envelhecer, me fez crer no amanhã e esperar meu repouso em plena calmaria.

2 comentários:

Thiago Pacheco disse...

muito bom, me fez lembrar as coisas da minha vida de maneira carinhosa!
gostei muito do texto, as vezes me pego com frases semelhantes na cabeça q n consigo juntar e forma algo tão belo assim!

parabéns...!

abração!

Unknown disse...

Um texto gostoso de ler,lembranças
boas me vieram a mente.
Muito bom

:)